segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Design e decoração


A chita é popQuando misturado a outros elementos, esse tecido colorido e de baixo custo pode transformar um ambiente - do mais despojado ao mais sofisticado


Maria Júlia Lledó - Correio Braziliense
Publicação: 30/01/2012 10:43 Atualização:

Móveis contemporâneos e sessentinhas  ganham descontração com  manta de chita, no ambiente assinado por Stella Lopes (Carlos Vieira/CB/D.A. Press)
Móveis contemporâneos e sessentinhas ganham descontração com manta de chita, no ambiente assinado por Stella Lopes
Mesmo que desvalorizada pelo baixo custo, a chita desafia tecidos mais nobres para ressurgir como tendência. Importada da Índia, a chita chegou ao Brasil durante a colonização portuguesa e logo caiu no gosto dos brasileiros. Ao ser produzido no país, o tecido de algodão com estampas de cores fortes — predominantemente florais — teve o custo reduzido e se popularizou. Defensor da cultura nacional, o arquiteto Marcelo Rosenbaum desenvolveu uma linha de louças inspirada na chita. “Se a cultura popular tivesse um sudário, seria a chita. Tecido ordinário, de algodão, estampado, colorido, traz impresso o jeito simples de viver do Brasil. Dizem que veio das Índias, mas seu RG é bem brasileiro”, destacou o arquiteto na época da apresentação do produto, em 2008.

Mais recentemente, o estilista mineiro Victor Dzenk fez uma releitura do tecido. A novidade foi apresentada na última edição de inverno do Fashion Business 2012, no Rio de Janeiro, onde Dzenk lançou a coleção Chita is back — uma exaltação à cultura brasileira, como o próprio autor definiu. Em paralelo, Victor deu à chita a oportunidade de brilhar na decoração. Em parceria com a empresa moveleira Líder Interiores, estampas exclusivas, desenhadas pelo estilista, forraram poltronas da grife.

Seja em almofadas, cadeiras de plástico — sucesso na Feira da Torre —, molduras de quadro, passadeiras de mesa, sofás, flores, mantas,cortinas ou simplesmente motivo de arte na parede, a chita confere descontração e regionalidade ao lar se usada de forma harmoniosa. “Por exemplo, na varanda de um local mais despojado, esse tecido é uma ótima opção. Também já usei a imagem da estampa da chita ampliada e impressa numa película adesiva na parede. Ficou bem legal”, exalta a designer de interiores Ângela Borsoi.

Ambiente de Stella Lopes: detalhe de máscara forrada com tecido de chita
Ambiente de Stella Lopes: detalhe de máscara forrada com tecido de chita
Designer e artista plástica, Stella Lopes também não dispensa um retalho de chita na decoração. De preferência misturado a elementos contemporâneos ou móveis dos anos 1960, seus favoritos. A designer torce o nariz para quem ainda se limita a colocar a chita em ambientes externos. “Acho que combina com quarto de casal (manta sobre a cama), com sala de estar, onde gosto de colocar almofadas. Chego a misturar móvel estilo Luís 15 com chita. Até porque acredito que a gente pode viver o tempo todo de sandália de borracha”, brinca, referindo-se ao estilo irreverente do tecido, combinado ao comportamento da designer carioca.

Só não vale espalhar objetos forrados pelo tecido por todos os lados. “O colorido e as flores da estampa podem cansar ao longo do tempo”, alerta Ângela Borsoi. No mais, com pouco dinheiro, é possível escolher uma bela estampa e conferir ao lar uma brejeirice made in Brazil.

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